Não basta ser pai – 04

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Créditos/Fonte: Da série Não basta ser pai

Por um tempo incalculável, ficamos os três se entreolhando. Daniel e Felipe segurando um o pau do outro, que tinham acabado de tirar de dentro da boca e eu, ali, de pé, sentindo um misto de raiva e tesão, olhando aquela putaria com vontade de bater nos dois e ao mesmo tempo tirar a roupa e cair pra dentro da fudelança. E foi justamente Dan, o mais novo e menos “experiente” que tomou a iniciativa de nos tirar do paralisia do flagrante e por uma razão lógica: “pai, fecha a porta!”

Saí do transe, fechei a porta e já emendei com o esporro: “vocês são loucos?!! Que porra é essa??!! E se fosse Patrícia ou Amanda? Como vocês são irresponsáveis! Nem fecharam a porta. Estava aberta!”

Daniel me atalhou: “mas pai, aqui em casa a gente SEMPRE bate na porta antes de entrar”.

“E daí, Daniel, e daí ??!!!” Explodi de indignação: “Isso não elimina o risco de vocês serem pegos. Que fogo no rabo é esse que não conseguiram segurar a onda nem um minuto? Não bastava a bandeira que estavam dando na sala? Que porra louquice do caralho!!! E você, Felipe, primeira vez que vem na minha casa e menos de três horas depois está fazendo 69 com Daniel? Que espécie de convidado é você???” (soltei toda a raiva e ciúme que estava sentindo, enquanto Felipe, constrangido, se recompunha, botando a roupa no lugar).

“Desculpa, Eduardo.” Falou envergonhado mas com um sorriso maroto que logo se explicou… “A gente tava jogando, mesmo, e aí Daniel começou a contar as coisas que aconteceu com ele, o banheiro, polícia, vocês…. e o tesão subiu…” Falou, olhando dentro dos meus olhos. Engoli em seco. Porra, Daniel revelou para um estranho nosso segredo. Felipe continuou: “A ideia de pai e filho fudendo mexeu comigo. Sempre fantasiei com isso. Meu pai é um tesão, cara. Meus tios também. Comecei cedo no sexo, tanto com os garotos do condomínio, como com as minas, mas a vontade de chupar a rola de meu pai e dos meus tios tava ali latente e eu sou filho único, cara. Cê não tem noção do que é o desejo proibido, Eduardo…”.

Felipe desabafou de um sopro só e ficou com a cara meio de bobo, como se tivesse voltado a algum lugar da sua adolescência. Me aproximei da cama e toquei seu ombro, num gesto de consolo. Ele me olhou com um quê de envergonhado e, com calma, retomei a conversa: “Felipe, entendo tudo isso mas tenho que ser a voz da razão. O que vocês fizeram foi muito arriscado e Dan com sua pouca idade é quem menos poderia discernir. Por sorte, foi eu a chegar aqui e interromper. Entenda também minha posição. Fui arrastado para tudo isso há poucos dias. Ainda estou tentando me entender. Ao mesmo tempo, como pai, tenho que ser o suporte que Dan precisa para ele próprio se entender na sua história. Mas, tudo bem!!!! Agora, vamos nos arrumar e voltar pra sala que daqui a pouco as mulheres vão dar por nossa falta e ainda temos o passeio de amanhã.”

Voltei para a porta, abri e saí. Desci para a sala e logo depois Felipe e Dan desceram também. Fiquei ligado no dois e notei que depois do flagra, seguraram mais a onda, tinham parado o joguinho de sedução de antes do jantar. Mais alguns minutos de conversa, Felipe e Amanda se despediram, reafirmando nosso compromisso de nos encontrarmos de manhã para ir a praia.

Me contive contra a vontade de ir para o quarto de Dan saber que história foi essa de contar sobre ele e eu. Por outro lado, eu tinha contado sobre ele a Guga. Tudo bem que meu irmão tem um grau de intimidade e confiança que não se compara a Felipe, um estranho, marido de uma amiga da família da minha esposa. Definitivamente, eu precisava ter uma conversa séria com Daniel. Ele precisava entender os riscos envolvidos e as implicações, caso os últimos acontecimentos se tornassem públicos.

Adormeci pensando nisso e sobre o passeio a praia. Como Daniel e Felipe se comportariam? Praia, homens de sunga, mulheres de biquini, corpos seminus, ambiente naturalmente estimulante da libido, bebidas, paqueras, onde será que todos esses estímulos iriam nos levar? Como eu daria conta de encarar a paquera entre meu enteado e bonitão tatuado?

Acordei com Patrícia me sacudindo. Ainda era cedo e a sensação era de que eu não tinha dormido. Mesmo assim, a pica tava lá, durona. Patty segurou meu pau e fez uma brincadeira: “animado, heim maridão… olha lá, não vai ficar assim quanto botar sunga, vai causar um escândalo na praia”. Ela me beijou, fez mais algumas carícias safadas na minha pica, até animei que ia rolar uma trepadinha matinal, mas Patty me empurrou quando comecei a passar o dedo no xibiu dela, senti a bucetinha ficando melada, mas não tive chance, Pat quando dava ordem era pra se cumprir: “Para de ousadia, guarda esse tesão pra mais tarde”. Pronto! Pelo menos, uma promessa de foda tava garantida.

Descemos pra tomar café, Daniel desceu pouco depois com a cara amassada de todo adolescente quando “cai da cama”, nos alimentamos, voltamos pro quarto pra terminar de nos arrumarmos quando a buzina de um carro tocou. Era Amanda e Felipe chegando, pontual, o casal. Decidimos ir em dois carros porque de lá eles seguiriam viagem no final do dia para outra praia onde iriam passar uns dias num resort.

Quando chegamos em nosso destino, deixamos o carro num estacionamento em frente a praia e tratamos de encontrar um bom lugar para instalar os guarda-sóis, cadeiras, toalhas, cooler, etc. Toda a parafernália de uma praia que não tem barracas/bares na areia, só no calçadão, onde também ficavam as duchas e os sanitários públicos. Escolhemos um local mais próximo da água. Quem chega cedinho tem suas vantagens.

Devidamente instalados, veio o processo de tira roupa, passa protetor, ajusta a roupa de banho, estende toalha, esteira, pega as bebidinhas etc. Aproveitei para olhar com calma o casal de amigos. Amanda era tão magra e esbelta como eu imaginava. Felipe eu já tinha visto parcialmente pelado, engraçado que de sunga a pica não parecia grande, acho que mole dava uma bela encolhida. E foi nessa que me dei conta que agora eu tava prestando atenção em rola de macho. Que porra foi isso que aconteceu comigo? Dan abriu uma caixa de Pandora na minha vida? Descobri um lado viado que eu nem sonhava ter? Sei lá, nunca fui de manjar rola em banheiro, nunca reparei nos volumes das picas dos caras, isso não entrava no meu radar de interesse mas agora eu tava ali dando um confere na pica do Felipe que, por sinal, já tinha visto dura na boca de Dan na noite anterior.

Sacudi minha cabeça e olhei pra nossas companheiras que já estava tagarelando sem parar. Deve ser por isso que algumas mulheres casam com gays e não percebem, elas estão tão envolvidas em seus mundos que não se dão conta que seus companheiros podem estar fodendo ou sendo fodidos por outros caras por aí. Os dois casais sentaram nas cadeiras enquanto Dan optou por uma canga estendida na areia onde se deitou de bruços.

A bunda do meu enteado era redondinha, durinha, na medida do desejo de quem gosta de fuder um cuzinho. Percebi que Felipe também estava olhando na mesma direção. Nos entreolhamos e rolou aquela cumplicidade. Meio que no automático, ambos demos uma pegada na rola… e eu senti um tesao que, estava mais claro para mim, não era só por Daniel, meu enteado. Eu tinha, de fato, liberado uma zona de desejo não acessada e que incluía os homens, seus paus, suas bundas, seus corpos… A vontade que dava era tirar minha rola de dentro da sunga e meter na boca de Felipe e vê-lo chupando minha pica como se precisasse dela pra viver…

Precisei disfarçar a rola ficando dura na sunga e justamente nessa hora, para minha sorte, nossas esposas decidiram dar um mergulho no mar. Paty me chamou mas aleguei preguiça e fiquei no meu canto. Daniel foi com elas e fiquei eu e Felipe com aquele silêncio de quem tem muito o que conversar mas não sabe por onde começar.

A praia já estava lotada e o barulho ao redor era grande. Mesmo assim, com a voz mais baixa, quase em tom de segredo, Felipe começou a falar: “sabe, Duda, eu sempre fui Bi. Ainda na adolescência, tempo das primeiras descobertas e brincadeiras sexuais, comecei a ficar com meninas e garotos, tudo me dava prazer igual. Claro que o lance entre eu e meus broders era no sigilo, a gente tinha todos os medos do mundo sobre o que as pessoas podiam pensar mas o tesao falava mais alto e gente curtia. A medida em que os anos foram passando, ficou muito definido na minha cabeça que não havia uma preferência que excluísse outra: eu gostava de bucetas e picas igual. Curtia beijar e fuder meninas, do mesmo modo com os boys e sendo ativo e passivo, não tinha divisão ou preferência. As oportunidades é que faziam as coisas acontecerem. Aí vieram as pressões sociais e familiares pela namorada e fui assumindo namoros com mulheres mas continuei transando com rapazes. Quando conheci Amanda, fiquei louco de paixão e por um tempo só ela me interessava. Até cheguei a achar que o lado gay tinha sido uma fase mas depois de um tempo, numa festa, rolou um lance com um cara e eu vi que não era fase, era circustância. E assim tem sido. As vezes sinto vontade de falar com Amanda sobre isso, ela tem uma postura liberal, cabeça aberta, mas uma coisa é achar normal os outros, tenho medo de que ela não entenda se for comigo. Não sei como é com você e o que pensa sobre isso mas, sabe, a vida é tão curta pra gente não se permitir viver o que a gente deseja…”

“Felipe, tudo isso é muito novo para mim. Há 3 dias se alguém falasse em sentir tesao e sexo de homem com homem eu acharia a coisa mais distante de mim. Nunca tive um preconceito de ter repulsa ou raiva, apenas era algo que eu sempre achei distante de mim. Não tinha curiosidade sobre o corpo masculino. Por isso que ainda não entendo racionalmente o que está acontecendo. Estou me deixando levar pela situação. Nem imagino Patrícia sabendo dessa história, ainda mais que envolve seu filho. Tem sido tudo tão alucinado que ainda não deu nem pra sentir culpa, remorso, arrependimento. É algo tão forte e fora de previsão que só tenho seguido o fluxo. Claro que me sinto um irresponsável mas o tesao fala mais alto, como agora a pouco que vi você olhando a bunda de Dan e senti vontade de meter minha rola na sua boca…”.

A cara de surpresa e tesao que Felipe fez foi memorável. Aquele putinho estava pronto pra me chupar ali mesmo, na frente de todo mundo. Era só eu mandar, mas nesse momento nossas garotas voltaram da água. Felipe percebeu uns segundos antes de mim e se ajeitou na cadeira, soltando um charme pra Amanda e Patricia: “Olha aí, Eduardo, que caras de sorte nós somos, as mulheres mais gatas da praia são as nossas. A macharada toda com inveja da gente”.

Amanda brincou de volta, dizendo “essa alma quer reza”, enquanto dava um selinho no seu marido. Paty imitou e me deu uma bitoca, me fazendo um carinho gostoso. Perguntei por Daniel e Patrícia explicou que ele encontrou uma galera do colégio e estava com eles no mar. Felipe se levantou, a sunga ainda ligeiramente inchada e disse que ia ao banheiro. Amanda começou a zoar com ele: “lá vai o intestino com relógio. A gente saiu cedo e o princeso não pode fazer o sagrado número dois de toda manhã”. Felipe fez cara de zangado e ralhou com ela: “você sempre falando demais”. Todos rimos e ele se foi na direção do calçadão.

Passados uns 5 minutos, me deu uma curiosidade. Felipe precisava mesmo de tanto tempo assim pra se aliviar…? Como as duas continuavam na interminável resenha feminina, avisei sem esperar ser ouvido que ia tomar uma água de coco no quiosque. Como imaginei, elas nem olharam pra mim, Paty tava mostrando umas coisas no Instagram pra Amanda e o mundo podia se acabar que elas não iam perceber.

Fui na direção do calçadão, do quiosque de côco, e depois de me afastar das nossas cadeiras, peguei o rumo do banheiro mas a medida em que me aproximei veio um misto de medo, vergonha, insegurança. Era certo eu fazer isso? Me guiar pela curiosidade sobre o que Felipe poderia estar fazendo? Ou Felipe era o pretexto que encobria minha própria curiosidade…?

Parei do lado de fora e fiquei alguns segundos, hesitante, num sentimento dividido do caralho. Enquanto matutava com meus pensamentos, voltei a observar a porta do banheiro masculino. Apesar da praia cheia, ninguém entrava e nem saída, incluso Felipe que, se veio mesmo ao banheiro, estava trancado lá dentro. Tinham se passado vários minutos e Felipe não tinha saído. Por que ele estava demorando tanto? Felipe admitiu que era bissexual. A prisão de Daniel trouxe para mim a tal da pegação que rolava nos banheiros públicos. Seria possível que Felipe continuava lá até agora, procurando pica? Precisava saber. Respirei fundo e entrei.

Apesar do sol radiante lá fora, dentro o banheiro estava escuro. Havia umas janelas pequenas na parte de cima das paredes, acho que pra passar vento e luz, mas eram tão pequenas que não davam conta de tornar o ambiente claro e arejado. O cheiro de urina misturada com desinfetante era forte. Logo na entrada tinham duas pias que antecediam um corredor à esquerda onde ficavam os mictórios de um lado e do outro os reservados.

À primeira vista, o lugar estava vazio, não vi Felipe nem ninguém em lugar nenhum. Mesmo assim, decidi checar os sanitários, a maioria não tinha portas, inclusive o último, do qual me aproximei devagar porque subitamente ouvi gemidos vindo de lá. Nele, estavam dois caras. Um estava curvado sobre a parede, o outro ajoelhado atrás, com a cara enfiada no rabo do outro, fazendo um cunete demorado e caprichado, como quem está saboreando um manjar com a fome de um retirante. Advinha quem era os dois caras…?



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