A Língua Portuguesa possui uma série de regras e exceções capazes de dar um nó na cabeça de qualquer um que precise lidar com sua gramática. Um exemplo comum é a vírgula depois do “e”: ela pode ou não ser colocada?
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A vírgula é um dos sinais de pontuação mais utilizados no cotidiano. Ela serve principalmente para separar elementos e existem casos em que deve ser inserida antes da conjunção ou depois.
Quanto ao uso da vírgula depois do “e”, confira abaixo se isso é possível e outras regras fundamentais a respeito desse sinal de pontuação.
Pode colocar vírgula depois do “e”?
Apesar desse questionamento gerar muitas dúvidas, a resposta é sim: é possível utilizar a vírgula depois do “e”. Mesmo que muitos acreditem que o uso seja incorreto, existem algumas situações que fogem da regra.
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É comum aprender desde a alfabetização que o “e” e a vírgula não devem aparecer juntos. Afinal, o conectivo e o sinal possuem a mesma função, o que justificaria a ideia.
Contudo, assim como em várias outras situações da Língua Portuguesa, existem exceções que exigem que os conectivos surjam juntos.
No geral, a vírgula utilizada depois da conjunção “e” é utilizada para separar expressões deslocadas ou intercaladas. Ela possui efeito estético, sendo opcional, mas dando ênfase.
Isso significa que o fenômeno é indicado para ideias que interrompem o fluxo natural de uma frase. Confira alguns exemplos abaixo:
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- Minha mãe saiu de casa e, como em qualquer outro dia, esqueceu sua carteira na mesa;
- Nosso colega perdeu o prazo da entrega do trabalho e, mesmo sem ter feito nada, conseguiu tirar uma nota boa;
- Júlia me ligou e, aterrorizada, me contou o que tinha acontecido.
Vírgula antes do “e”
No caso da vírgula antes do “e”, existem três situações que exigem seu uso. Ela é fundamental para separar ideias intercaladas, repetir conectivos e em orações com sujeitos diferentes.
Uma ideia é considerada intercalada ou deslocada quando está localizada entre outras ideias na frase. A partir de então, ela possui a característica de interromper uma sequência lógica. Confira:
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- Meu pai comprou dois livros para mim, porque sabe que eu amo ler, e mandou por correio.
Aqui, “porque sabe que eu amo ler” interrompe o fluxo natural da frase. Sem a adição, ela seria apenas “meu pai comprou dois livros para mim e mandou por correio”.
No caso da repetição por conectivos, é comum que o fenômeno ocorra em textos literários. Ele possui o objetivo de enfatizar uma ideia e, nesse caso, a vírgula antes da conjunção é obrigatória.
Veja um exemplo abaixo:
- Eu chorava, e tentava, e falhava, mas nunca desistia.
Por fim, em orações com sujeitos diferentes, a vírgula antes da conjunção serve para evitar confusões na leitura de uma frase. Sem ela, é comum que muitos não consigam fazer a separação das orações. Confira:
- Lúcia fez as contas, e João organizou os pagamentos;
- Eu escrevi a carta, e meus irmãos a assinaram;
- Todos nós tentamos fazer isso acontecer, e Júlio não parou até destruir nossos planos.
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