Leilão do Hotel Brasil não teve lances

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O prédio do antigo Hotel Brasil, localizado na esquina da avenida Jerônimo Gonçalves com a rua General Osório, na região da Baixada, Centro Velho de Ribeirão Preto, foi a leilão pela terceira vez nesta terça-feira, 23 de janeiro. Ninguém deu lances. Foi a terceira tentativa de leiloar o imóvel. As duas primeiras foram realizadas no ano passado e não houve interessados na aquisição do imóvel.

O leilão foi determinado pela Vara da Fazenda Pública e Autarquias Estaduais da Comarca de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O objetivo era obter o pagamento de dívidas tributárias do Grupo Maurício Marcondes e da Drogavida Comercial de Drogas Ltda., pertencente ao empresário, falecido em 20 de fevereiro de 2016.

A holding é proprietária do Drogão Super, uma rede farmacêutica composta por mais de 70 drogarias espalhadas por todo interior de São Paulo. Tem unidades em cidades como Franca, Campinas, Araraquara e Santos, além de Ribeirão Preto, e também em outros estados. O Hotel Brasil faz parte de um lote de cinco imóveis do grupo que entrou no leilão desta terça-feira.

O Hotel Brasil lance mínimo era de R$ 4.730.534,18 – inicialmente era de R$ 9.235.540,20, depois caiu para R$ 5.541.324,10.

Abandonado há cerca de 30 anos, o imóvel foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) em agosto de 1991. Atualmente, a estrutura apresenta portas e janelas quebradas, além do teto danificado.

De acordo com advogado Lucas Gabriel Pereira, presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural, desde a desativação do hotel foram realizadas várias tentativas para a ocupação do espaço. Entretanto, nenhuma delas deu resultado.

A mais recente, segundo ele, aconteceu em 2010, quando a prefeitura de Ribeirão Preto tentou realizar uma permuta com os proprietários e instalar um centro cultural no local. “Aquele que vier a arrematar esse imóvel no leilão terá que seguir todos os requisitos para poder fazer o restauro”, explica o presidente do Conpacc.

História – Construído em 1921, o antigo Hotel Brasil fez parte da história de famílias importantes para Ribeirão Preto. O projeto inicial de construção do imóvel é de Vicente Viccari, com colaboração do engenheiro Antônio Soares Romêo. Com o falecimento de Viccari, o prédio foi passado em herança para sua filha, casada com Pedro Moschini, que permutou o edifício com Pedro Biagi em troca de três imóveis da Vila Amélia e uma chácara.

Ficou conhecido por ter hospedado autoridades políticas e times de futebol como o Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e Vasco da Gama, entre os anos 1930 e 1955 – de acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal. No final da década de 1980, foi vendido para o empresário Maurício Marcondes de Oliveira.

A holding M. Marcondes é a proprietária e gestora da Drogavida. Segundo o Conppac, o valor do débito do grupo era de R$ 3.691.157.723,99 em setembro de 2022. Segundo o presidente do conselho, a Justiça decretou a indisponibilidade dos bens da holding para garantia dos débitos judiciais da Drogavida.

Defesa – Porém, quando o suposto débito estava na casa dos R$ 5 bilhões, o grupo disse à imprensa que o caso estava sub judice. A holding acionou a Justiça contra o Estado de São Paulo. Segundo o departamento jurídico da empresa leiloeira, os certames só não acontecerão caso o Grupo Maurício Marcondes consiga reverter a decisão na Justiça de Minas Gerais.

 



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