As expressões e ditados populares da Língua Portuguesa são fenômenos utilizados pela maioria. Suas origens, por sua vez, já são uma questão distinta; afinal, muitos não conhecem ou sequer entendem os jargões que aplicam no cotidiano, passados de boca em boca por tantos anos que seu significado já pode até mesmo ter sido perdido. Um exemplo é o “quinto dos infernos”: de onde vem essa expressão?
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Engana-se quem pensa que a expressão surgiu no Brasil. Extremamente popular e antiga, já existe há cerca de três séculos e, mesmo que seja tão comum por aqui, sua origem é na verdade de Portugal, quando o território brasileiro ainda era colônia. Para entender mais sobre o assunto, confira abaixo de onde vem o “quinto dos infernos”.
De onde vem a expressão “quinto dos infernos”?
Muito utilizada para amaldiçoar uma pessoa e mandá-la para bem longe, ou para se referir a um lugar remoto, a expressão “quinto dos infernos” na verdade começou a ser utilizada por Portugal para se referir ao Brasil. Contudo, ao contrário do que muitos imaginam, não possui a menor relação com o inferno.
A origem dessa expressão é o imposto de 20% do peso do ouro, ou quinta parte, que era cobrado no século XVIII das cidades mineradoras do Brasil Colônia. Com tantas dívidas por conta de comprar praticamente tudo o que consumia da Inglaterra e buscando evitar a sonegação, a Coroa portuguesa decidiu, em 1750, que passaria a retirar o quinto diretamente das casas de fundição.
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Essa riqueza obtida pelo recolhimento do imposto era então levada para Portugal em navios, conhecidos como os naus dos quintos. Assim, mandar alguém para os quintos na época significava mandar uma pessoa, muitas vezes banida, para as longínquas e desconhecidas terras do Brasil. Essa cobrança, inclusive, foi uma das causas da Inconfidência Mineira, o ato revoltoso que foi posteriormente reprimido pela Coroa em 1789.
Além de o Brasil ser um território extremamente afastado de Portugal, os “infernos” também podem ter surgido por conta da revolta dos mineradores em relação ao imposto cobrado. Ele passou a ser referido como “quinto dos infernos” justamente por conta da recusa em relação ao pagamento do tributo.
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