Os dados recentes das Tábuas da Mortalidade, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentam uma expectativa de vida ao nascer no Brasil de 75,5 anos em 2022, indicando uma recuperação em relação aos impactos da pandemia de Covid-19. O estudo, baseado no Censo Demográfico de 2022, marca uma mudança significativa em relação aos anos anteriores, em que a projeção era construída a partir de revisões populacionais feitas em 2018, ancoradas no Censo de 2010.
Pela primeira vez, os números refletem os efeitos diretos da crise sanitária na expectativa de vida dos brasileiros. As estimativas anteriores não previam a magnitude da pandemia e seus impactos nos óbitos.
A análise do IBGE também está revisando os dados de anos anteriores, revelando que a esperança de vida em 2020 foi, na verdade, de 74,8 anos, dois anos a menos do que inicialmente estimado. No ano seguinte, em meio à pandemia, a expectativa de vida caiu para 72,8 anos, representando uma redução significativa de 4,2 anos.
A expectativa de vida das mulheres em 2022 foi de 79 anos
“A esperança de vida de 2022 é como se a gente recuperasse um pouco a esperança de vida em relação ao pior ano da pandemia. Passado o pior ano, com o maior aumento de óbitos do mundo, a gente consegue recuperar um cálculo de esperança de vida ao nascer”, explica a pesquisadora do IBGE, Izabel Marri.
Apesar da recuperação, a revisão do IBGE indica que a esperança de vida ao nascer em 2022 é a menor desde 2017, sugerindo que os desafios impostos pela pandemia continuam a ter impactos duradouros. No entanto, Marri expressa otimismo ao projetar que, em 2023, a expectativa de vida continuará crescendo, buscando recuperar as perdas acumuladas durante os anos mais críticos da pandemia.
No aspecto de gênero, a expectativa de vida das mulheres em 2022 foi de 79 anos, abaixo dos 80,1 anos registrados em 2019. Já a expectativa de vida dos homens ficou em 72 anos, uma queda em relação aos 73,1 anos de 2019. Além disso, a probabilidade de morte de recém-nascidos aumentou em 2022, indicando desafios adicionais na saúde neonatal, especialmente entre os homens.
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