Último conteúdo da campanha Outubro e Novembro Viver Bem tem como temática a finitude da vida.
publicado:
29/11/2023 17h07,
última modificação:
29/11/2023 17h07
A maioria das pessoas já deve ter ouvido frases como: “o fim chega para todos, é inevitável” e “a morte é a única certeza”. Mesmo assim, dificilmente conseguem falar sobre o tema. O desconforto passa pelo medo do desconhecido, medo da dor, pelo tabu, por fatores religiosos e culturais, porém, devemos nos conscientizar sobre a necessidade de discutir a respeito da finitude de nossos dias.
Pensar na finitude da vida também é pensar em como se quer viver a vida. É ter a consciência de que o amanhã pode não chegar, que não temos controle sobre todos os acontecimentos. Essa reflexão pode nos ajudar a analisar nossas escolhas, em como usamos nosso tempo, nos permite fazer mudanças e ajustes na vida. Finitude também é reconhecer o valor do agora e aproveitar as oportunidades que a vida traz. Pensar sobre a finitude das coisas e da vida pode trazer novas perspectivas e uma consciência sobre como queremos viver.
Trazendo o debate para outro cenário, também é importante informar que existem profissionais capacitados para auxiliar e acompanhar quem se depara com uma doença sem cura. São os profissionais especializados em cuidados paliativos, uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, farmacêuticos, profissionais administrativos, motoristas, capelães, voluntários e cuidadores, que se envolvem nesse processo de cuidados integrais em saúde prestados à pessoa com alguma doença grave, que ameace a continuidade de sua vida.
O tratamento paliativo promove qualidade de vida para o paciente e seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento físico e emocional, do acolhimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas.
É importante dialogar com amigos e familiares diante de uma doença incurável. Quem vai tomar decisões sobre o tratamento? Até onde concordar com tratamentos invasivos e/ou traumáticos?
Nesse caso, todo cidadão pode realizar o testamento vital, um documento no qual a pessoa em pleno gozo de suas faculdades mentais registra antecipadamente a sua vontade quanto aos tratamentos de saúde a que gostaria ou não de se submeter em situações de incapacidade permanente.
Ainda não existe legislação específica sobre o assunto no Brasil, mas o testamento vital também está regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina, conforme Resolução CFM nº 1995/2019, que trata sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes.
O fato é que devemos discutir sobre a morte para que, diante do envelhecimento ou de uma doença ameaçadora da vida, o indivíduo possa ter acesso ao melhor tratamento individualizado para uma morte sem dor, com conforto e dignidade para ele e seus familiares.
Texto: Departamento de Promoção e Vigilância à Saúde (DPVS)