Um estudo recente revelou um efeito colateral potencialmente grave que alguns pacientes em tratamento contra o câncer de mama podem sofrer ao utilizarem o medicamento alpelisibe.
A pesquisa detectou a ocorrência significativa de hiperglicemia nesses pacientes. Ou seja, esses indivíduos apresentavam níveis elevados de açúcar no sangue.
Se o quadro for grave, pode resultar em desidratação ou danos renais e pode exigir hospitalização.
Esta descoberta foi detalhada em um estudo recente publicado no Cancer, um jornal revisado por pares da American Cancer Society.
Alpelisibe é um medicamento que inibe especificamente a proteína fosfoinositídeo 3-quinase (PI3K), que desempenha um papel crucial no crescimento celular. Mutações nesta proteína podem levar ao desenvolvimento de câncer.
Efeitos colaterais e resultados de pesquisas
Entre 147 pacientes tratados com alpelisibe como tratamento padrão, a taxa de hiperglicemia foi de 80,3% e a taxa de hiperglicemia grave foi de 40,2%.
Entre 100 pacientes tratados durante um ensaio clínico, as taxas foram mais baixas (34,0% de qualquer grau e 13,0% de hiperglicemia grave).
O tempo médio até ao início da hiperglicemia após o início do alpelisib foi de 16 dias. Uma hemoglobina inicialmente elevada, um indicador de açúcar elevado no sangue, como no pré-diabetes ou diabetes, foi um fator de risco para o desenvolvimento posterior de hiperglicemia.
Entre os pacientes que desenvolveram hiperglicemia, 66,4% receberam tratamento, mais comumente com o medicamento para diabetes metformina.
Os autores do estudo sugerem àqueles que fazem uso dessa medicação que verifique o nível de hemoglobina e faça umaacompanhamento com endocrinologista para controlar os níveis de açúcar no sangue.